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SHOW, DON'T TELL (MOSTRE, NÃO CONTE): OS SEGREDOS DA ESCRITA VISUAL E ENVOLVENTE

  • Foto do escritor: Samara Benvindo
    Samara Benvindo
  • 1 de jan.
  • 14 min de leitura

Atualizado: 31 de mar.

Uma história inesquecível não é apenas lida, é vivida. Quando as palavras deixam de ser apenas informações e se transformam em imagens, sensações e emoções, o leitor é transportado diretamente para dentro do universo narrativo. Esse é o poder da técnica narrativa show, don’t tell — ou mostre, não conte —, que transforma descrições em experiências imersivas.


Imagem conceitual de um livro aberto com miniaturas de pessoas interagindo em seu interior, iluminado por uma pequena lanterna, simbolizando a técnica show, don't tell na escrita.
A técnica "mostre, não conte" é essencial para criar cenas que transcendem a página e se tornam reais na mente de quem lê

Mas o que exatamente significa mostrar, não contar? Enquanto “contar” se limita a narrar de forma direta, “mostrar” convida o leitor a desvendar os detalhes por si mesmo, por meio de ações, diálogos e descrições sensoriais. É como construir um mosaico, onde cada peça — um gesto, um olhar, um som — forma a cena em sua mente.

 

Amplamente conhecida no mundo da escrita, essa técnica narrativa é a base de diversas outras técnicas, como o storytelling. Ela permite criar uma conexão emocional mais profunda, fazendo com que o leitor se torne parte da narrativa, ao invés de apenas observá-la de longe.

 

Neste artigo, você vai entender por que saber mostrar, não contar é uma habilidade essencial para os escritores. Vai explorar os benefícios da técnica e aprender estratégias práticas para transformar suas palavras em experiências visuais e emocionais. Prepare-se para dar vida às suas histórias e cativar seus leitores do início ao fim!


 

OS CAMINHOS QUE MOSTRAM A SUA HISTÓRIA



 

ENTENDENDO A DIFERENÇA ENTRE MOSTRAR E CONTAR


Na escrita, a diferença entre "mostrar" e "contar" vai além de uma simples escolha de palavras; trata-se de como você apresenta sua história ao leitor. Essas duas abordagens, embora complementares, criam experiências muito diferentes para quem lê. Compreender como cada uma funciona é o primeiro passo para transformar a narrativa em algo mais envolvente e cativante.

 

O QUE SIGNIFICA “CONTAR”?

 

“Contar” é explicar ou informar diretamente. Aqui, você usa uma linguagem descritiva e objetiva para transmitir o que está acontecendo na história. É como um narrador que dá ao leitor todos os detalhes sem deixar espaço para interpretações ou imaginações. Por exemplo, em “João estava com raiva”, embora a frase comunique o estado emocional de João, ela não oferece ao leitor uma experiência sensorial ou emocional. O sentimento é contado, e quem recebe a mensagem não a vivencia.

 

O QUE SIGNIFICA “MOSTRAR”?

 

Ao “mostrar”, você cria uma cena que permite ao leitor inferir e sentir os eventos, emoções ou cenários por meio de descrições vívidas, ações e diálogos. É uma abordagem mais visual e sensorial, que convida o público a participar da narrativa.

 

Observe a diferença na descrição do sentimento de João, quando ele é “mostrado”, não “contado”:

 

João bateu a porta com tanta força que as janelas tremeram. Ele cruzou a sala com passos pesados, as mãos cerradas em punhos e o rosto ruborizado.

 

Aqui, a raiva de João é evidenciada por suas ações e expressões, permitindo ao leitor perceber e sentir o estado emocional sem que isso seja explicitamente dito.

 

COMPARANDO CENÁRIOS: CONTAR VS. MOSTRAR

 

CONTANDO

 

Cena 1: “A sala estava bagunçada.”

 

Cena 2: “A noite estava fria.”


Cena 3: “Maria estava triste porque perdeu o emprego.”


Cena 4: “Ele era um homem misterioso.”

 

MOSTRANDO

 

Cena 1: “Os livros estavam espalhados pelo chão da sala, alguns com páginas amassadas. A cadeira repousava tombada ao lado da mesa, como se tivesse sido empurrada às pressas.”

 

Cena 2: “O vento cortava como lâminas, arrepiando a pele exposta e arrancando folhas secas que dançavam na calçada escura.”

 

Cena 3: “Maria fitou a carta de demissão por longos minutos, olhos marejados, as mãos trêmulas amassando o papel. Ela deu um suspiro profundo e olhou para o chão, onde o currículo antigo repousava como um lembrete de começos difíceis.

 

Cena 4: “Ele chegava sempre à meia-noite, com um olhar que evitava encontros diretos. Nunca dizia mais do que o necessário, mas suas palavras ecoavam por dias.”

 

Nos exemplos contados, quem lê recebe a informação de maneira direta e factual, enquanto nos exemplos mostrados, as imagens ganham vida e criam uma atmosfera mais envolvente. Quando você mostra, o leitor “vê” a sala bagunçada, “sente” o vento frio e cortante, “percebe” a tristeza de Maria por meio de suas ações e do ambiente e “intriga-se” com o misterioso homem, sentindo-se mais próximo dos personagens e vivenciando as situações. Essa abordagem permite que o leitor interprete as informações e se sinta parte da história, em lugar de apenas um espectador passivo. Essa riqueza sensorial faz com que o texto ganhe vida, cativando o leitor e tornando a narrativa inesquecível.

 

Com a compreensão dessas diferenças, você já começa a moldar sua escrita para oferecer ao leitor uma experiência mais rica e inesquecível.

 


QUANDO USAR CADA ABORDAGEM

 

A escolha entre mostrar e contar depende do objetivo de cada cena. Embora mostrar seja uma ferramenta poderosa, nem sempre é necessário usá-la. Contar pode ser eficaz para transmitir informações rápidas ou para evitar descrições desnecessárias em trechos menos importantes da história. Aqui estão algumas diretrizes claras para decidir:

 

USE MOSTRAR QUANDO:


  • Deseja criar uma conexão emocional com o leitor, permitindo que ele experimente a cena com os personagens.

  • Quer destacar um momento-chave ou um evento importante para a trama ou o desenvolvimento dos personagens.

  • Precisa criar imersão e detalhar o ambiente, ações ou sentimentos.

 

USE CONTAR QUANDO:


  • Precisa transmitir informações rápidas ou fazer uma transição entre eventos.

  • Deseja resumir acontecimentos menos importantes para manter o ritmo da narrativa.

  • Está lidando com detalhes que não exigem profundidade emocional ou visual.

 

A chave está em encontrar o equilíbrio: saber quando detalhar para aprofundar uma cena e quando economizar palavras para avançar na narrativa com objetividade. Se o momento for crucial para a história ou para o leitor, mostre. Se for apenas um elemento funcional para avançar a trama, conte.



POR QUE MOSTRAR É ESSENCIAL NA ESCRITA


Mostrar é essencial porque envolve o leitor de maneira única, tornando a leitura uma experiência ativa e emocionalmente rica. Quando bem aplicada, a técnica adiciona ritmo, profundidade e impacto sensorial à sua escrita. Entenda o que o “mostrar” faz, na prática, que o torna tão essencial.

 

CRIA CONEXÃO EMOCIONAL COM O LEITOR


Quando você mostra em vez de contar, o leitor não é apenas informado sobre o que está acontecendo — ele vivencia a cena, aumentando o impacto de momentos cruciais e proporcionando uma ligação emocional mais forte, permitindo que ele compartilhe das alegrias, tristezas, medos e conquistas dos personagens. Em vez de dizer que um personagem está triste, descrever sua postura curvada ou lágrimas discretas cria uma conexão mais intensa.

 

DEIXA O PÚBLICO MAIS ENGAJADO

 

Quando o público está imerso nos detalhes sensoriais e nas nuances da história e dos personagens, é mais provável que se sinta motivado e continue lendo com entusiasmo. Esse engajamento é o que diferencia uma narrativa comum de uma inesquecível.

 

CAUSA EFEITO VISUAL E SENSORIAL


A técnica de mostrar transforma palavras em imagens mentais e sensações tangíveis, criando uma experiência sensorial imersiva. Quando o leitor consegue "ver", "ouvir" e até "sentir" o que está acontecendo, ele é impactado pela história em um nível mais profundo. Essa abordagem torna a leitura envolvente e cinematográfica.

 

OFERECE RITMO E PROFUNDIDADE NARRATIVA

 

Mostrar permite que a história flua com naturalidade, evitando interrupções causadas por exposições excessivas, além de dar mais ritmo e camadas de significado à narrativa. Apenas contar pode deixar a narrativa monótona e previsível, enquanto mostrar cria momentos de pausa e reflexão, mantendo o leitor engajado. É especialmente útil em momentos críticos, como reviravoltas e clímax, onde o impacto emocional precisa ser construído gradualmente.

 

CONSTRÓI HISTÓRIAS MAIS CATIVANTES

 

O uso eficaz da técnica permite criar cenas que ressoam com o leitor de maneira profunda e visual. Em vez de simplesmente transmitir informações, você constrói momentos que deixam uma impressão duradoura.

 

DESENVOLVE PERSONAGENS MAIS PROFUNDOS

 

Mostrar as emoções e ações em vez de descrevê-las diretamente, dá mais autenticidade à história. Isso permite que o público compreenda as motivações dos personagens e acompanhe seu crescimento de forma mais orgânica.

 

Dominar a técnica “mostre, não conte” é um passo essencial para os escritores que desejam elevar suas histórias. Com personagens mais profundos, cenários mais vívidos e leitores mais engajados, sua escrita ganha vida e atinge novos patamares de qualidade. Ao aplicar essa abordagem estrategicamente, você transforma palavras em experiências, garantindo que sua história permaneça na memória do público muito depois de virar a última página.


 

COMO APLICAR "MOSTRE, NÃO CONTE" NA ESCRITA


Mostrar, em lugar de contar, pode parecer desafiador no início, mas com o uso de estratégias práticas, você pode transformar sua narrativa em uma experiência muito rica e envolvente. Conheça algumas abordagens essenciais para aplicar essa técnica na sua escrita.

 

USO DOS CINCO SENTIDOS

 

Uma das formas mais eficazes de mostrar em vez de contar é ativar os cinco sentidos na narrativa. Ao descrever o que os personagens veem, ouvem, sentem, cheiram e saboreiam, você cria cenas que transportam o leitor para dentro da história.

 

Em vez de contar que O bolo estava delicioso, mostre que O aroma doce da canela se misturava ao calor que emanava do forno. Ao primeiro pedaço, a textura macia derretia na boca, seguida de uma explosão de sabores.

 

Esses detalhes sensoriais tornam a cena tangível, convidando o leitor a vivê-la junto com o personagem.

 

DIÁLOGOS AUTÊNTICOS

 

Os diálogos são uma poderosa ferramenta para mostrar emoções e intenções. Um bom diálogo revela sentimentos, personalidade e conflitos de forma natural, sem a necessidade de explicar diretamente.

 

Em lugar de contar que João estava bravo, experimente mostrar em um diálogo: Você acha que isso é justo? — esbravejava João, enquanto apertava os punhos e olhava diretamente para o outro com faíscas nos olhos”.

 

Aqui, o tom, as palavras e os gestos de João mostram sua raiva, dispensando descrições explícitas.


DETALHES ESPECÍFICOS

 

Evitar generalizações e focar em detalhes únicos da cena é outra maneira de mostrar em lugar de contar. Detalhes específicos ajudam a pintar uma imagem mais clara e interessante, além de trazer originalidade à narrativa.

 

Experimente Pilhas de papéis cobriam a mesa, um copo com restos de café equilibrava-se na beirada, e meias espalhadas pareciam fazer parte da decoração improvisada em vez de usar uma descrição genérica como “A sala estava desorganizada.

Essa abordagem oferece ao leitor uma visão mais rica e tangível da cena, tornando-a memorável.

 

AÇÃO E REAÇÃO

 

As emoções dos personagens podem ser mostradas por meio de suas ações e reações ao ambiente ou aos eventos. Em vez de dizer que um personagem está nervoso, mostre como ele age nesse estado emocional.

 

Clara tamborilava os dedos na mesa, mordia o lábio inferior e lançava olhares rápidos para o relógio, como se cada segundo pesasse toneladas é uma forma de mostrar e não apenas contar que Clara estava ansiosa.

 

As ações revelam a ansiedade de Clara de forma natural, permitindo que o leitor tire suas próprias conclusões.

 

Dominar a habilidade de mostrar, não contar exige prática, mas essas estratégias ajudam a criar cenas vibrantes e personagens cativantes. Quando você usa os sentidos, diálogos, detalhes e ações, transforma sua escrita em uma experiência visual e emocional para o leitor.

 

 

APLICANDO A TÉCNICA EM DIFERENTES CONTEXTOS


A aplicação da técnica “mostre, não conte” varia dependendo do contexto narrativo e do propósito da cena. Aqui estão formas de adaptar essa abordagem a diferentes momentos da história:

 

EM CENAS DE AÇÃO


Ao descrever uma perseguição, foque nos detalhes que criam tensão: o som dos passos apressados, o suor escorrendo na testa, o eco de uma respiração ofegante. A escolha de palavras deve transmitir urgência, deixando o leitor "correr junto.”

 

NA CONSTRUÇÃO DE PERSONAGENS


Mostre emoções e personalidades através de gestos, escolhas e diálogos. Em vez de dizer que um personagem é generoso, mostre-o dividindo o pouco que tem com alguém em necessidade.

 

EM PASSAGENS INTROSPECTIVAS


Ao explorar pensamentos e emoções internas, use simbolismos e metáforas que ilustrem o estado mental do personagem. Por exemplo, em vez de dizer que alguém está perdido, descreva-o olhando pela janela, observando a chuva que apaga as pegadas na rua.

 

EM DESCRIÇÕES DE CENÁRIOS


Transforme o ambiente em um personagem. Mostre como o vento arrasta as folhas secas pela calçada, sugerindo abandono, ou como o sol entra pelas frestas de uma janela, trazendo uma sensação de renovação.

 

Cada contexto narrativo oferece uma oportunidade única para que você "mostre, não conte.” Saber adaptar a técnica ao propósito da cena é o que diferencia um texto comum de uma narrativa inesquecível.



ERROS COMUNS E COMO EVITÁ-LOS


Mostrar é poderoso, mas pode ser prejudicial à narrativa se não for feito com equilíbrio e discernimento. Saber identificar os erros mais comuns e aprender a evitá-los pode elevar significativamente a qualidade da sua escrita, tornando suas histórias mais envolventes e bem estruturadas.

 

SER EXCESSIVO NOS DETALHES

 

Embora mostrar seja essencial, exagerar nos detalhes pode tornar a narrativa cansativa e prejudicar o ritmo da história. Quando cada pequeno elemento é descrito minuciosamente, o texto perde fluidez, e o leitor pode se sentir sobrecarregado.

 

Exagero: “A luz do sol atravessava a janela de vidro fosco, refletindo na superfície polida da mesa de madeira escura, onde um copo de cristal vazio descansava ao lado de uma pilha de papéis ligeiramente desalinhados.”


Equilíbrio: “A luz do sol atravessava a janela, iluminando os papéis espalhados sobre a mesa.”

 

Ao optar por detalhes mais relevantes para a cena, você mantém o foco e a fluidez da narrativa.

 

SUBESTIMAR O LEITOR

 

Um erro comum é explicar demais, tirando do leitor a oportunidade de interpretar e imaginar por si próprio. Confiar na inteligência do público para preencher as lacunas é importante para criar uma experiência de leitura mais rica e participativa.

 

Subestimação: “Ela estava feliz porque conseguira a promoção e isso significava que agora poderia pagar suas dívidas e realizar seus sonhos.”


Confiança: “Ela apertou o envelope com a esperada promoção de cargo contra o peito e deixou escapar um riso baixo. Seus olhos brilharam enquanto olhava pela janela, como se enxergasse um futuro que finalmente parecia ao seu alcance.”

 

Aqui, as emoções são demonstradas, permitindo que o leitor deduza os sentimentos e o contexto.

 

FALTA DE EQUILÍBRIO

 

Nem toda cena precisa ser mostrada. Saber quando mostrar e quando contar é uma habilidade valiosa. O “contar” pode ser útil para passar informações rapidamente ou em situações em que a imersão total não é necessária.

 

Desnecessário: “João se levantou da cadeira, caminhou até a cozinha, abriu a geladeira, pegou uma garrafa d’água, serviu-se e voltou para a sala.”


Eficiente: “João foi até a cozinha e voltou com um copo d’água.”

 

O equilíbrio entre mostrar e contar depende do propósito de cada cena na história. Para discernir o que é apropriado e o que é desnecessário, pergunte-se: esta descrição enriquece a narrativa ou apenas ocupa espaço?

 

A técnica “mostre, não conte” é uma das mais importantes da escrita, mas seu uso deve ser ponderado. Evite os excessos, confie no leitor para interpretar as cenas e saiba quando é melhor contar em vez de mostrar. Dominar esse equilíbrio transformará sua narrativa em uma experiência impactante, envolvente e inesquecível para o público.



EXERCÍCIOS PRÁTICOS PARA APERFEIÇOAMENTO


A habilidade de saber mostrar em lugar de contar pode ser desenvolvida com prática e dedicação. Exercícios direcionados ajudam a refinar essa abordagem, transformando descrições genéricas em experiências visuais imersivas. Os três exercícios práticos a seguir irão ajudá-lo a aprimorar sua escrita e fortalecer sua capacidade de envolver o leitor.

 

REESCREVENDO CENAS

 

Escolha um parágrafo narrativo de um livro ou de um texto ficcional. Pode ser uma cena descritiva que apresente eventos, cenários ou emoções de forma direta, ou seja, “contada”. Reescreva-o transformando a descrição em uma experiência visual e sensorial para o leitor, mostrando a cena. Este exercício ajuda a treinar o olhar para identificar onde você pode inserir mais vivacidade e imersão.

 

EXEMPLO PRÁTICO


Cena escolhida (contando): “João estava nervoso enquanto esperava a entrevista.


Cena refeita (mostrando): “João tamborilava os dedos na mesa de espera, o pé batendo ritmicamente no chão. Seu olhar vagueava pela sala, parando vez ou outra no relógio, como se quisesse desacelerar o tempo.”

 

DICA

  • Observe os verbos e as ações para transmitir emoções de maneira natural.

 

EXPERIMENTAÇÃO COM OS SENTIDOS

 

Escolha um cenário e descreva-o utilizando os cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato). Em seguida, selecione apenas os detalhes mais relevantes para criar uma cena equilibrada e envolvente.

 

EXEMPLO PRÁTICO


Imagine uma cafeteria movimentada:


  • Visão: Xícaras fumegantes de café pousavam nas mesas, enquanto pessoas gesticulavam animadamente.


  • Audição: O tilintar das colheres contra os pratos misturava-se ao burburinho de conversas e ao som de jazz suave no fundo.


  • Olfato: Um aroma quente e reconfortante de grãos recém-moídos enchia o ambiente.


  • Tato: As cadeiras de madeira tinham um toque áspero, desgastadas pelo uso diário.


  • Paladar: Um gole de cappuccino deixava um leve amargor no fundo da língua, equilibrado pela espuma doce.

 

DICA

  • Use os sentidos para criar camadas na cena, mas sem exagerar. Selecione os detalhes que realmente enriquecem a narrativa.

 

FEEDBACK E REVISÃO

 

Releia uma cena que você escreveu e peça feedback de leitores ou colegas escritores. Identifique trechos que poderiam ser mais visuais e trabalhe neles, transformando descrições diretas em imagens e ações que envolvam o leitor.

 

DICAS PRÁTICAS


  • Procure por palavras como “sentiu”, “estava” ou “era” e veja se é possível substituí-las por ações mais dinâmicas.


  • Durante a revisão, pergunte-se: “O leitor consegue imaginar isso claramente sem que eu explique diretamente?”

 

A prática constante é a chave para dominar a técnica “mostre, não conte.” Reescrever cenas, trabalhar os sentidos e buscar feedback construtivo são passos fundamentais para transformar sua escrita em uma experiência verdadeiramente imersiva. Com dedicação, você não apenas aperfeiçoará sua técnica, mas também cativará seus leitores, transportando-os para o universo das suas histórias.

 

 

MOSTRE QUE VOCÊ SABE DAR VIDA ÀS SUAS HITÓRIAS


Mostrar exige coragem para ir além do óbvio, atenção aos detalhes que enriquecem e a habilidade de equilibrar a informação com a emoção. Ao aplicar a técnica “mostre, não conte”, você constrói narrativas que deixam marcas, que prendem o leitor e o fazem querer voltar para o universo que criou.

 

Cada linha que você escreve é uma oportunidade de criar algo palpável, de fazer o leitor ouvir os sons, sentir os cheiros e mergulhar nas emoções de seus personagens. Mostrar é transformar palavras em portas abertas para experiências imersivas, onde o leitor não apenas acompanha a história, mas vive cada momento como se estivesse dentro dela.

 

Dominar essa técnica é mais do que aperfeiçoar sua escrita; é aprender a contar histórias que respiram. É usar os sentidos, os detalhes e as reações para criar cenas que transcendem a página e se tornam reais na mente de quem lê. Mas, como toda habilidade, requer prática, revisões e, acima de tudo, a ousadia de experimentar.

 

Lembre-se de que mostrar não significa descrever cada detalhe, mas escolher os que têm o poder de mover a trama, revelar o coração dos personagens e emocionar o leitor. Cada cena bem mostrada é um passo para transformar uma história comum em algo extraordinário.

 

Agora é com você! Mostre que suas histórias podem ser mais do que lidas — que podem ser sentidas, vividas e lembradas. Pegue sua caneta e papel, experimente as estratégias aprendidas e descubra como dar vida à imaginação que pulsa dentro de você. O mundo criado por suas palavras está esperando para ser descoberto.



VAMOS FALAR MAIS SOBRE ISSO?


E você? Já experimentou usar a técnica “mostre, não conte” em suas histórias? Quais os maiores desafios que encontrou para mostrar em lugar de contar? Que tal abrirmos novas páginas neste diálogo?

 

Compartilhe nos comentários suas experiências. Elas podem ajudar outros escritores a superar desafios e dar vida a novas histórias usando essa técnica tão poderosa. Vamos adorar conhecer suas estratégias para mostrar cenas em lugar de conta-las, envolvendo o leitor em seus projetos de escrita.



E POR FALAR EM ESCRITA...


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